Revisão sobre o artigo: From Smart Campus to Smart Cities: Issues of the Smart Revolution

Atualmente, as cidades enfrentam um enorme desafio devido ao aumento cada vez maior de suas populações. Existem estimativas de que estimativas de que em 2050, 70% da população viva em centros urbanos. Assim, é preciso repensar o próprio conceito de cidade.

O conceito de Smart City surge justamente neste momento para propor o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (ICT) e criar alternativas sustentáveis para este desafio, tanto socialmente quanto economicamente.

As definições de Smart Cities envolvem 4 aspectos principais:

- O uso de ICT para gerenciar e melhorar os serviços oferecidos pela cidade
- A melhora da qualidade de vida das pessoas através de uma transformação digital
- O papel principal dos cidadãos na tomada de decisões
- A interdisciplinaridade de todos os aspectos

O artigo [1]  apresenta o conceito de um Smart Campus, que seriam lugares para testar técnicas e serviços inovadores dentro de uma universidade, obtendo uma experiência multidiscipilnar de aprendizagem. O neOCampus, localizado na Universidade de Paul Sabatier em Toulouse na França, faz exatamente isto. A seguir, serão apresentadas algumas ideias e projetos desenvolvidos no campus no âmbito de Cidades Inteligentes.



WiFi colaborativo: Devido à infraestrutura do campus, não é possível conectar redes WiFi em alguns pontos da biblioteca. Por isso, foi desenvolvido um aplicativo que cria dinamicamente hot spots para que as pessoas possam acessar. Dependendo do nível de bateria e da quantidade de internet utilizada, as pessoas determinam quando irão começar a prover um ponto de conexão e quando vão deixar de ser, criando uma rede de colaboração dinâmica e adaptativa.

Open Data Platform: Foi desenvolvido um aplicativo para compartilhar dados e informações de sensores existentes no campus, assim como informações manualmente coletadas de laboratórios e salas de aula. Técnicos, pesquisadores, estudantes, vistantes e professores utilizam estes dados em suas pesquisas e aplicações. Porém este compartilhamento de dados enfrenta dificuldades como segurança e privacidade das informações que são problemas inerentes deste tipo de aplicação. É por isso que questões como Ética e Legalidade também estão envolvidas no desenvolvimento deste novo tipo de cidade.

Cidadania Ambiental: Câmeras que monitoram as imagens e detectam lugares em que a luz fica acesa à noite foram instaladas em vários pontos do campus. Estas câmeras podem ser implementadas com algum tipo de acionamento para desligar as luzes porém o principal objetivo é  alertar as pessoas que utilizam o prédio de que eles podem ter deixado a luz acesa, criando uma cidadania ambiental. Além de câmeras, também há a participação do público em geral, que pode detectar quando alguma anomalia como luz acesa, janela aberta e vazamentos de água forem detectados para que possam ser facilmente localizados com o mesmo objetivo de cima.

consOCampus: Algumas salas de aula foram equipadas com sensores para monitorar tanto aspectos energéticos como o consumo de luz quanto o bem estar dos usuários (alunos) medindo variáveis que  como temperatura, umidade, CO2 etc. Este projeto visa a aprendizagem em sistemas de machine learning para otimizar em tempo real tanto o bem estar dos usuários quanto o consumo de energia da sala de aula.



Biodiversidade: Com uma superficie de 388 656m², a Universidade de Toulouse possui uma imensa fauna e flora. Diminuir o impacto das atividades humanas neste ecossistema é um dos aspectos de uma smart city, por exemplo.  Cientistas da computação e ecologistas foram reunidos com o objetivo de identificar a fauna e a flora presentes no campus e com isso estudar estes dados. Utilizando smartphones, usuários podem fotografar espécies de animais e plantas que são automaticamente localizados com o GPS e adicionar alguma informação a respeito de cada interação. Estes dados permitem que os pesquisadores façam um estudo da fauna e flora presentes acompanhem a evolução de cada espécie. O projeto também está desenvolvendo novos sistemas de monitoramento automático baseados em redes de sensores. A ideia é ter informação a respeito do ambiente para estudar o impacto das atividades humanas e levar em conta este impacto em um processo macro de urbanização por exemplo.





Como pode ser visto, há um amplo campo de aplicação do conceito de Cidades Inteligentes, desde a economia de energia quanto a proteção de fauna e flora. Ao enfrentar problemas como heterogeneidade, distribuição espacial, segurança e privacidade devemos enxergar Smart Cities como sistemas complexos que necessitam de uma abordagem multidisciplinar.

De fato, as Smart Cities propõem uma real revolução no modo em que as inovações estão acontecendo. Através dos exemplos mostrados, é possível concluir a importância de biologistas, cientistas da computação, sociologistas, engenheiros e outros profissionais trabalharem  juntos e resolverem os desafios inerentes no desenvolvimento de novas tecnologias.


Referências


[1] N. Verstaevel, J. Boes and M. Gleizes, "From smart campus to smart cities issues of the smart revolution," 2017 IEEE SmartWorld, Ubiquitous Intelligence & Computing, Advanced & Trusted Computed, Scalable Computing & Communications, Cloud & Big Data Computing, Internet of People and Smart City Innovation (SmartWorld/SCALCOM/UIC/ATC/CBDCom/IOP/SCI), San Francisco, CA, 2017, pp. 1-6.

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